2 de novembro de 2021

Aqueles que invejam Deus

Quando Herodes perguntou aos religiosos onde nasceria o Cristo, eles responderam com apenas parte da profecia de Miquéias:

"E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as capitais de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar o meu povo Israel." (Mateus 2:6)

Por que apenas com uma parte?

Porque a profecia continua dizendo: "[...] e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade." (Miquéias 5:2)

Já está expressa aqui a inveja dos religiosos em relação ao Senhor; se ele fosse apenas um rei, ainda seria só homem. Mas, já que ele é desde os dias da eternidade, ele também é Deus. Alguns poderosos invejam Deus porque, sendo tratados como deuses, ambicionam também o trono de Sê-lo. Logo, também invejam ser como Cristo.

"Portanto, estando eles reunidos, disse-lhes Pilatos: Qual quereis que vos solte? Barrabás, ou Jesus, chamado Cristo? Porque sabia que por inveja o haviam entregado." (Mateus 27:17,18)

15 de fevereiro de 2021

Que linda a resposta dos servos de Naamã! A resposta deles serve também para aquele que se indigna contra a "facilidade da graça" e não crê que basta ter fé em Cristo como salvador para ser salvo. "Lava-te e ficarás limpo", é bom repetir. Lava-te, em Cristo, e ficarás limpo.


"Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia." - João 6:40

5 de janeiro de 2021

A ignorância, a certeza e o amor

"Ora, no tocante às coisas sacrificadas aos ídolos, sabemos que todos temos ciência. A ciência incha, mas o amor edifica. E, se alguém cuida saber alguma coisa, ainda não sabe como convém saber." Assim começa o capítulo 8 de I Coríntios. Aqui, vemos que "a comida não nos faz agradáveis a Deus, porque, se comemos, nada temos de mais e, se não comemos, nada nos falta"; no entanto, também vemos neste capítulo a necessidade de tomar cuidado para que "essa liberdade não seja de alguma maneira escândalo para os fracos".

De um lado, o conhecimento incha; de outro, o amor edifica. Afinal, é possível reconciliar tais virtudes? O que já conhecemos? O que pode ser conhecido? O que é simplesmente uma pedra pesada demais para qualquer inteligência humana? 

Nenhuma dessas respostas será dada de forma completa neste texto, já que, como dito anteriormente, "se alguém cuida saber alguma coisa, ainda não sabe como convém saber". Falarei brevemente sobre o assunto, porém.

No capítulo 13 do mesmo livro de I Coríntios, lemos: "E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria". Como complemento ao capítulo 8, vemos que os conhecimentos, bem como outras virtudes, de nada valem onde não há amor. Não apenas isso, mas nos é revelado que o amor é o próprio meio pelo qual o conhecimento de Deus é possível ao homem, como nos revela 1 João 4:7: "Amados, amemo-nos uns aos outros; porque o amor é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus".

A revelação de Deus em Cristo, portanto, tal qual a luz mais pura, ilumina tudo. O amor, este rasgar-se de si mesmo em prol do outro e em louvor a Deus, é a medida do cognoscível! Nisto consiste a alegria de ter certeza, prática da fé e conhecimento edificante: amar.  

Há duas passagens bíblicas que pensei em citar para meditarmos sobre isso.

Em primeiro lugar, pensei em Abraão e sua relação com o cordeiro desconhecido.

Gênesis 22 nos apresenta o seguinte diálogo: "Então falou Isaque a Abraão seu pai, e disse: Meu pai! E ele disse: Eis-me aqui, meu filho! E ele disse: Eis aqui o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto? E disse Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho. Assim caminharam ambos juntos". 

Isaque faz uma pergunta, Abraão lhe dá a certeza da fé, embora incerta em seus detalhes. O que Abraão conhecia? Sabia aparentemente pouco sobre o tamanho, a cor e a idade do cordeiro; sabia aparentemente nada sobre um certo João Batista, que muitos anos depois diria de Cristo "eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo". O que Abraão conhecia, revelava-se a partir do amor fiel, como nos diz Hebreus 11: "Pela fé ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado; sim, aquele que recebera as promessas ofereceu o seu unigênito. Sendo-lhe dito: Em Isaque será chamada a tua descendência, considerou que Deus era poderoso para até dentre os mortos o ressuscitar; E daí também em figura ele o recobrou".

Em segundo lugar, pensei na dúvida de Daniel em relação à profecia que lhe foi entregue. 

No último capítulo do livro de Daniel, após receber uma das maiores revelações já dadas a um ser humano, ele diz: "Eu, pois, ouvi, mas não entendi; por isso eu disse: Senhor meu, qual será o fim destas coisas? E ele disse: Vai, Daniel, porque estas palavras estão fechadas e seladas até ao tempo do fim".

Daniel não sabia, não conhecia, mas era amado e amava - e isto lhe enchia do conhecimento de Deus, mesmo em sua ignorância, a ponto de fortalecer seu coração contra a enorme tristeza. No capítulo 10 do mesmo livro podemos ler: "E disse: Não temas, homem muito amado, paz seja contigo; anima-te, sim, anima-te. E, falando ele comigo, fiquei fortalecido, e disse: Fala, meu senhor, porque me fortaleceste".

Nisto consiste conhecer a Deus: amar. E "nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados", conforme 1 João 4:10.

Que esta seja a nossa fortaleza, irmãos, bem como a libertação de nossa ignorância e caminho de nossa certeza. Amém!